Eleito o melhor em campo pela Fifa, o atacante do Sevilla acabou com um jejum de nove meses sem balançar as redes com a camisa amarela - desde a vitória por 3 a 1 sobre a Argentina, em Rosário, pelas Eliminatórias. E foram dois golaços, o último deles com direito a dois chapéus no mesmo lance.
Já Elano marcou pela segunda vez no torneio. Outro destaque positivo foi o meia Kaká, mesmo com o cartão vermelho. Apagado na estreia contra a Coreia do Norte, melhorou desta vez seu desempenho. Apesar de ainda não mostrar o futebol de quem já foi o melhor do mundo, contribuiu com duas belas assistências.
Na próxima sexta-feira, contra Portugal, em Durban, o Brasil precisa de um empate para ser o primeiro colocado do Grupo G. Se isso acontecer, pode enfrentar a Espanha na próxima fase, já que a equipe foi derrotada pela Suíça e dificilmente terminará a chave H na liderança.
A Seleção mostrou um futebol mais seguro e convincente do que contra os norte-coreanos. Teve pouco trabalho na defesa e resolveu o jogo nas chances mais claras de gol que teve.
Para quem pensava que o Brasil encontraria uma seleção menos retrancada do que os norte-coreanos na estreia, se enganou. Os marfinenses jogaram sempre com 11 jogadores atrás da linha da bola. Para piorar, a marcação forte muitas vezes passou a ser violenta. No lance mais feio, Elano levou uma solada e não conseguiu mais levantar - precisou ser carregado para o vestiário.
O Brasil começou acelerado e assustou logo aos 40 segundos de jogo. Robinho avançou pela intermediária e arriscou de muito longe, mas a bola subiu demais. A Costa do Marfim fazia uma marcação adiantada, buscando travar as subidas dos laterais Maicon e Michel Bastos e dificultando a saída de bola brasileira.
O time africano não deixava a Seleção levar a bola aos jogadores de frente, mas também não conseguia achar os espaços para ameaçar Júlio César. Aos 15min, Eboué alçou bola na área em cobrança de falta, mas Júlio César saiu de soco e afastou o perigo. A resposta veio aos 18min, quando Robinho pegou sobra de escanteio na entrada da área, mas chutou longe da meta.
A partida seguiu truncada, mas a defesa marfinense foi furada por uma rápida troca de passes do ataque brasileiro aos 24min. Robinho tocou para Luís Fabiano, que deixou para Kaká; o meia ganhou a dividida com o zagueiro e deixou o camisa 9 na cara do gol com um belo passe. Luís Fabiano encheu o pé e estufou a rede de Barry, acabando com um jejum de seis jogos sem marcar pela Seleção - e, de quebra, arrancando aplausos de Zinedine Zidane no camarote do Soccer City.
O jogo seguiu truncado após o gol. A Costa do Marfim continuava encontrando dificuldades em articular jogadas e só voltou a fazer Júlio César trabalhar aos 37min, em chute de longe de Dindane. Três minutos depois, foi Eboué quem fez jogada individual e finalizou de fora da área, para fora. Os marfinenses avançavam o time para atacar, mas a Seleção não conseguia ligar o contragolpe quando roubava a bola.
Os times voltaram com as mesmas formações para o segundo tempo e o Brasil não demorou para ampliar. E se o primeiro gol de Luís Fabiano já havia sido bonito, ele resolveu caprichar no segundo. O atacante brigou pela bola na entrada da área, aplicou um chapéu em Zokora, outro em Kolo Touré e ajeitou no braço antes de fuzilar Barry de pé esquerdo.
Drogba finalmente apareceu no jogo aos 8min, quando recebeu cruzamento de Dindane e cabeceou com perigo no contrapé de Júlio César; a bola passou perto da trave. Em vantagem no placar, o Brasil se aproveitava do ímpeto ofensivo dos africanos para contra-atacar. Robinho tocou para Kaká dentro da área aos 15min e o camisa 10 encheu o pé, mas Barry defendeu.
O terceiro gol veio no minuto seguinte. Kaká disparou pela esquerda e tocou rasteiro para a área, onde Elano apareceu sozinho e finalizou para as redes, marcando seu segundo gol no Mundial. A alegria do camisa 7, porém, acabou cinco minutos depois: depois de dividida dura com Tioté, o meia brasileiro levou a pior e precisou ser substituído por Daniel Alves.
O jogo começou a ficar nervoso, com entradas violentas de jogadores marfinenses sobre Michel Bastos e Kaká. Romaric obrigou Júlio César a fazer boa defesa com chute de longa distância aos 27min, e uma falha da defesa brasileira permitiu que Drogba diminuísse seis minutos depois. Yaya Touré levantou na área, a zaga ficou olhando e o capitão do time africano tocou de cabeça no canto.
A pior notícia para o Brasil veio aos 42min. Kaká, que já havia recebido o cartão amarelo três minutos antes após se envolver em confusão com Yaya Touré, deixou o cotovelo em Keita. O marfinense se jogou no chão e o camisa 10 brasileiro acabou levando a segunda advertência do árbitro francês Stéphane Lannoy, sendo expulso de campo.
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