"São Paulo, nós voltaremos em 2011, pode ter certeza!" Quando Bruce Dickinson fala, é melhor acreditar. O vocalista e piloto do Boeing 757 "Ed Force One" cravou a frase enquanto "Sanctuary", última música do show deste domingo (15) à noite, ainda ecoava no Autódromo de Interlagos entre as 63 mil pessoas, segundo a organização do evento. As duas horas de magia pura fizeram os VIPs e não-VIPs abrirem um sorriso de orelha a orelha. A lama e a falta de organização levaram um bico no traseiro. A pancada de chuva de menos de 30 minutos que caiu no fim da tarde de domingo foi a responsável pelo lamaçal que tomou conta da pista, pelo trânsito intenso, pela fila quilométrica de até 4 horas e por danos no palco.O atraso do show, de uma hora, se fez necessário para reparar estragos técnicos causados pelo aguaceiro e também para aguardar a entrada de todos os pagantes, cujo desembolso foi de no mínimo R$ 70 pela meia-entrada para pista comum e R$ 350 pelo ingresso inteiro da pista premium (sem contar a taxa de conveniência)."Nós pedimos desculpas pelo atraso. Queríamos ter a certeza de que todos vocês estariam aqui dentro", disse o vocalista logo após entoar as três primeiras canções, Aces High, Wrathchild e 2 Minutes to Midnight. Mais para frente, voltou a pedir a compreensão do público pelo fato de alguns dos fogos de artifício terem se transformado em biribinhas. "A chuva estragou muitos dos efeitos que preparamos para vocês, nos desculpem", pediu novamente. A afirmação de Dickinson de que 100 mil pessoas marcaram presença diz respeito à soma dos dois públicos da mesma turnê realizada em São Paulo, "Somewhere Back in Time" - no ano passado, reuniram cerca de 40 mil no Palestra Itália.No palco, Dickinson se esgoelou para alcançar os agudos que o fizeram levar o apelido de "Sirene de Combate". Wrathchild foi a primeira novidade no repertório deste ano. A turnê que volta ao País em pouco mais de um ano traz outros clássicos, (como "Children of the Damned" e "Phantom of the Opera"), fogos, o Eddie múmia e ainda celebra a première mundial do documentário Flight 666, que ocorreu no Rio."Sábado tocamos para o nosso maior público no Rio, 22 mil pessoas", contou aos paulistanos, que responderam com uma sonora vaia. "E pensávamos ter tido o nosso maior público na Suécia, quando reunimos 57 mil em um show-solo. Mas vocês ganharam. Este é o maior show que já fizemos em todo o mundo", garantiu Dickinson sob gestos roqueiros e gritos de excitação.A turnê que celebra os anos dourados da Donzela de Ferro hipnotiza três gerações distintas. Em "The Trooper", Dickinson traja uniforme militar e traz a bandeira da Inglaterra. Poderia ser cafona se não fosse o Iron Maiden. Mais do que a música, os fãs que acompanham a banda por mais de 30 anos compram o pacote completo: cenografia, uniformes, visões do futuro e o mascote Eddie. No formato múmia, Eddie surge colossal em "Iron Maiden", no fundo do palco. No bis, em "The Evil That Man Do", encarna Blade Runner. O sexteto, conhecido por não cometer erros sai do roteiro. Em "Powerslave", após a introdução, o baterista Nicko McBrain entra atrasado na música. O baixista Steve Harris parece preocupado e conversa com seu técnico de som a todo momento. E mesmo o caos para sair do Autódromo não fez esmorecer os combatentes da lama. Dickinson, Harris, Murray, Smith, McBrain e Gers, mais uma vez, saíram vencedores. Que venha 2011.
track list:CD 1
01.:Aces High
02.:Wrathchild
03.:2 Minutes To Midnight
04.:The Biggest Gig
05.:Children Of The Damned
06.:Phantom Of The Opera
07.:The Trooper
08.:Take Two Steps Back
09.:Wasted Years
10.:Intro to... The Rime
11.:Rime Of The Ancient Mariner
12.:Powerslave
CD 2
01.:Run To The Hills
02.:Fear Of The dark
03.:Hallowed Be Thy Name
04.:Iron Maiden
05.:The Number Of The Beast
06.:The Evil That Men Do
07.:Sanctuary
08.:Introduces the Band
09.:Sanctuary cont.
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